7 Dicas Infalíveis para Acalmar seu Cão Durante Fogos e Trovões

O medo de fogos de artifício e trovões não é “manha” nem falta de adestramento. Trata-se de uma resposta neurofisiológica ao som, conhecida como sensibilidade a ruídos ou fobia sonora, bastante estudada na medicina veterinária comportamental.

A seguir, você confere dicas baseadas em comportamento canino, neurociência e prática clínica, usadas por veterinários e especialistas em comportamento animal.


1. Entenda o gatilho: o problema não é só o barulho

Para muitos cães, o medo não está apenas no som alto, mas na imprevisibilidade, vibração e mudança brusca no ambiente. Trovões, por exemplo, também alteram pressão atmosférica e eletricidade estática — fatores que alguns cães percebem antes mesmo do barulho.

Por isso, soluções isoladas nem sempre funcionam. O controle deve ser ambiental + emocional.


2. Prepare um ambiente de contenção sensorial

Especialistas recomendam criar um local que reduza múltiplos estímulos ao mesmo tempo:

  • Isolamento acústico parcial
  • Iluminação baixa
  • Temperatura confortável
  • Superfícies macias (cobertores ajudam a absorver vibrações)

Evite locais muito abertos. Espaços menores e “fechados” transmitem mais segurança ao cérebro do cão.


3. Use a técnica de pressão profunda (Deep Pressure Therapy)

A pressão suave e constante no corpo ajuda a reduzir a liberação de cortisol (hormônio do estresse). É o mesmo princípio usado em coletes calmantes e até em terapias humanas para ansiedade.

Você pode:

  • Usar coletes específicos
  • Enrolar o cão com uma manta leve (sem apertar demais)
  • Permitir que ele se esconda sob cobertores, se for escolha dele

Nunca force — o controle deve ser do cão.


4. Trabalhe o condicionamento emocional, não a distração

Distrair o cão funciona apenas momentaneamente. O ideal é recondicionar a resposta emocional ao som.

Em períodos sem fogos:

  • Exponha o cão a sons baixos e controlados
  • Associe o som a algo positivo (petisco de alto valor)
  • Aumente a intensidade de forma gradual, ao longo de semanas

Essa técnica é chamada de dessensibilização sistemática associada ao contracondicionamento.


5. Atenção ao seu próprio comportamento

Cães leem linguagem corporal com extrema precisão. Respiração acelerada, tensão muscular e mudanças no tom de voz podem aumentar o medo.

A recomendação dos especialistas é:

  • Postura neutra
  • Voz calma e natural
  • Movimentos previsíveis

Ignorar completamente também não é ideal. Presença tranquila é diferente de superproteção.


6. Suplementos e feromônios: quando fazem sentido

Alguns recursos podem ajudar como suporte, nunca como solução única:

  • Feromônios sintéticos (simulam o cheiro calmante materno)
  • Suplementos com triptofano, L-teanina ou alfa-casozepina

Esses métodos funcionam melhor quando combinados com manejo ambiental e treino comportamental.

Sempre consulte um veterinário antes de usar qualquer produto.


7. Casos graves exigem intervenção profissional

Quando o cão apresenta:

  • Tentativas de fuga
  • Automutilação
  • Salivação excessiva e descontrole motor
  • Medo progressivamente pior a cada evento

Estamos diante de uma fobia sonora, não apenas medo. Nesses casos, o acompanhamento com veterinário comportamentalista é essencial. Em algumas situações, o uso temporário de medicação é indicado para evitar sofrimento crônico.


Conclusão

Acalmar um cão com medo de fogos e trovões não é sobre “acostumar na marra”, mas sobre respeitar o sistema nervoso do animal. Quanto mais cedo o tutor age com informação correta, maiores são as chances de melhora real e duradoura.

Seu cachorro não precisa “aguentar”. Ele precisa de compreensão, preparo e apoio

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